MINICURSOS E OFICINAS

1 - Oficina: "Etnomatemática: A Utilização do Jogo Mancala em Sala de Aula"

Coordenadores: Eric Oliveira e Fernando Reis

Resumo: Esta oficina, fundamentada numa concepção Etnomatemática, tem como foco central apontar uma das alternativas para a introdução da cultura africana numa sala de aula de matemática, fazendo com que os saberes escolares estejam entrelaçados com a cultura de outros povos. Essa introdução será feita através do jogo mancala, que é uma contribuição da cultura africana, e que tem como objetivo trabalhar a cognição e o desenvolvimento do pensamento aritmético e algébrico do aluno.


2 - Oficina"No Tabuleiro da Baiana tem acarajé: Patrimônio, Memória e Cultura na Iguaria Afro-Baiana"

Coordenadores: André de Jesus e Danilo Serafim

Resumo: A cultura emana do povo e é através dela que este expressa sua identidade, sua singularidade, sua essência. Possui o poder de traçar formas, modelos e definir características próprias à determinada sociedade, evidenciando assim suas marcas essenciais, seus aspectos peculiares e suas insígnias, o que leva-nos a entender a cultura enquanto elemento construtor de identidades. As características próprias à determinado clã humano são evidenciadas por meio das manifestações culturais que surgem em todos os meios sociais, atingindo âmbitos ligados às necessidades humanas, como por exemplo, a alimentação. Pensar a gastronomia enquanto elemento cultural de um povo é analisar a essência de seus traços essenciais, uma vez que o ato de alimentar-se está imbricado à necessidade mais natural e necessária a qualquer indivíduo. A Bahia, em sua extensão territorial, possui domínios culturais múltiplos. No entanto, a cultura baiana como um todo é designada por meio de suas tradições religiosas e principalmente sua gastronomia. A comida baiana dá o nome e a forma da cultura do estado dentro e fora do país, ressaltando fortes traços da ancestralidade e da tradição africana. A baiana do acarajé é um ícone da tradição gastronômica baiana, e no seu tabuleiro encontram-se práticas culturais coletivas. A produção e a venda de sua principal mercadoria, o acarajé, perpassa por três essenciais ambientes da cultura baiana: a vida social, a religião e a gastronomia, mostrando-se como uma iguaria rica não apenas de cores e sabores, mas principalmente de história, memória e resistência, o que leva-nos a entender a gastronomia baiana enquanto elemento construtor de sua identidade. Portanto, a presente oficina tem como objetivo trabalhar as noções de patrimônio, cultura e identidade através da iguaria afro-brasileira mais famosa da Bahia: o acarajé. Através dos saberes e fazeres do acarajé será possível abordar seu contexto histórico, seu significado e sua liturgia nas religiões afro-brasileiras, culminando no passo a passo de preparação do prato, onde todos os participantes serão incentivados a participar da confecção do prato em todas as suas etapas, relacionando tanto os ingredientes quanto os métodos de preparo com elementos da tradição e da memória africana. Neste ínterim o acarajé se mostra enquanto elemento que, através de sua história, define as raízes de seu povo, pois se mostra como uma iguaria rica em informações que, quando submetidas análise, evidenciam claramente os traços ancestrais e tradicionais da Bahia, evidenciando a memória cultural e religiosa baiana e os aspectos da resistência negra que ressignificou sua identidade a fim de mantê-la viva. O acarajé é um alimento repleto de caráter simbólico presente no cotidiano da Bahia, um marco da cultura baiana, um patrimônio de relevância e significados únicos, cuja história jamais poderá ser extinguida.


3 - Minicurso: "Potências do sexo: o homem negro como objeto de desejo"

Coordenador: Prof. Msc. Leandro Soares

Resumo: Este minicurso trata de explorar representações literárias e audiovisuais que exploram o corpo de homens negros como fetiche, objeto sexual e idealização racial. Embora o tropo recorrente, nesse âmbito, seja a mulher negra e mestiça como fonte de investimento erótico pela imaginação heterossexual, o minicurso se dedicará a entender como a imaginação erótica da sexualidade masculina compreende e representa o corpo do homem negro. Racismo e sexo, ou repulsa e desejo, constroem uma galeria de representações que inventa o corpo negro masculino como potência sexual e virilidade, às custas de um estereótipo que insiste em destacar esse corpo como primitivo, sexualmente ilimitado e dotado de qualidades que, ironicamente, mais o aproximam da animalidade do que do humano. O racismo se expressa assim numa de suas faces mais curiosas: para investir de desejo o corpo negro, é preciso destacá-lo como um suplemento do corpo do branco, isto é, com atributos e predicados que lhe faltam por suposta superioridade racial, como a propensão à luxúria, a irracionalidade diante das demandas do desejo e corporeidade anormal. Deste modo, a imaginação erótica é permeada pelo desejo de poder. O minicurso deve ter duração aproximada de quatro horas, em um único encontro, e seu conteúdo consiste em trechos de obras literárias (Tulio Carella, Adolfo Caminha e Nelson Rodrigues), fotografias artísticas, canções, filmes e obras de arte incluídas no cânone que podem tratar do tema de maneira explícita (portanto, pede-se cautela dos participantes). O recorte pelo cânone visa justamente a se ater à versão hegemônica da sexualidade.


4 - Minicurso: "O Pesquisador Artesão: Um Andarilho na Aventura da Exploração do Testemunho Oral"

Coordenadora: Ivanice Ortiz

Resumo: O trabalho de pesquisa aponta para duas questões básicas: a) é produzido com fontes; b) o pesquisador é um homem de ofício.  Nesta aventura árdua e apaixonante o pesquisador apropria-se das fontes por meios das técnicas, dos métodos e das diferentes abordagens. Esta oficina é uma forma de contribuir com o andamento das pesquisas que pensam em utilizar o testemunho oral como recurso metodológico e de constituição de fontes, principalmente neste movimento constante da configuração de novos problemas, novas abordagens e novos objetos. Pensaremos nos sucessos e reveses dos trabalhos de campo inspirados nas palavras de Marc Bloch (2001, p. 96): “Sabe que suas testemunhas podem se enganar ou menti. Mas, antes de tudo, preocupar-se em fazê-las falar, para compreendê-las”.


5 - Oficina: "Estética e empoderamento: Coroas de resistência no mundo de aparências"

Coordenadoras: Jéssica Silva e Mirla Kleille

Resumo: Esta oficina é uma proposta do coletivo “Crespxs e Cacheadxs” de Teixeira de Freitas - BA e tem por objetivo promover a análise dos usos de símbolos da estética negra (cabelo crespo/cacheado, turbantes) como performance identitária político ideológica, problematizando de que forma a apropriação cultural interfere na propagação deste como símbolo de resistência negra. É extramente importante a abordagem desta temática dentro das difusas relações multirraciais no Brasil, em que a dupla mais utilizada como marcadores de identidade é o cabelo e a cor da pele, que acabam por desenvolver uma performance individual e coletiva que provocam interação e segregação. Portanto, torna-se imprescindível pautar essa discussão, visto que desde a abolição o racismo se perpetua em nossa sociedade, mascarado no mito da “democracia racial”.  Tendo em vista que esta oficina evidenciará a estética negra (cabelo crespo/cacheado, turbantes) como símbolos de resistência e empoderamento da cultura afro-brasileira, utilizaremos como metodologia exposição e discussão da temática a partir de uma abordagem crítica, análise de materiais audiovisuais, dinâmicas, e tutorial de turbantes. Para maior reflexão do tema nos embasaremos em QUINTÃO (2013), BOTEZINI (2014), SANTOS (2002), ARRAES (ano), PAIXÃO (2008), dentre outros (as).  Pretendemos a partir desta oficina apontar possíveis caminhos para a construção de outros momentos de formação política, ideológica, identitária que busquem através dos símbolos da estética negra a valorização da cultura afro-brasileira, e principalmente o combate ao racismo.


6 - Oficina: "Empoderadas da cabeça aos pés: O turbante como forma de afirmação e resistência na atualidade

Coordenadoras: Lisiane Almeida e Whine Moenda

Resumo: A Oficina que vai além do embelezamento estético, mostra a importância da valorização da cultura Africana e seus acessórios, com o objetivo de dialogar e trocar experiências sobre os vários significados do uso do turbante, demonstrando-o como símbolo de afirmação cultural em contraposição aos padrões estéticos eurocêntricos.


7 - Oficina: "Capoeira Angola: Expressão e Movimento"

Coordenador: Mestre Pé de Chumbo^


8 - Minicurso: Ressignificações, bricolagens e resistências no Quilombo de Vila Juazeiro (Ibirapuã-Ba) frente à monocultura do eucalipto no Extremo Sul da Bahia"


Coordenadores: Benedito de Souza Santos, Edmundo de Jesus e Núbia dos Santos Américo de Jesus

Resumo: O presente trabalho foi desenvolvido a partir da necessidade de se conhecer melhor as mulheres da comunidade quilombola de Vila Juazeiro e suas influências na educação de seus familiares, especialmente seus filhos e netos. Optamos em trabalhar esse tema por causa do protagonismo desempenhado por essas mulheres. Como referencial teórico utilizamos Pollak (1993), Freitas (2002), Ki–Zerbo (2010), Vansina (2014), Le Goff (1990), entre outros que contribuíram para compreensão da temática ora apresentada.  Esse minicurso nos possibilitará fazer uma abordagem histórica do conceito de quilombo a partir da origem em África, Brasil Colônia/ Império, pós-abolição, centenário da abolição, pós Constituição de 1988 com o Decreto 4.887/2003 e a contextualização das lutas dos quilombos em tempos hodiernos, tomando como referência o Quilombo de Vila Juazeiro. 



Um comentário:

  1. Quero saber qual é a carga horária dos minicursos e se quem participar vai receber certificado me interessei pelo numero 08

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